Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Ceará

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Setembro Amarelo: Defensoria Pública realiza encontros sobre Saúde Mental para o público interno

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Texto: Ana Paula Lopes
Fotos: Kamilla Vasconcelos

A Defensoria Pública do Estado do Ceará encerrou a semana abordando um tema importante para seu público interno. Em alusão ao Setembro Amarelo, o Programa Saúde e Qualidade de Vida da instituição promoveu, nesta sexta-feira (27), uma conversa com a psicóloga Alessandra Xavier sobre “Saúde Mental e Trabalho”. O defensor público-geral em exercício, Leandro Bessa, e a coordenadora do Psicossocial da Defensoria, Andreya Arruda, deram as boas-vindas e conduziram o encontro.

“É com muita honra e alegria que promovemos este momento. Agradecemos imensamente a presença da professora Alessandra e a oportunidade de ouvi-la. O tema abordado é fundamental, especialmente na Defensoria Pública, onde trabalhamos com uma população extremamente vulnerável. Muitas vezes, essas pessoas chegam até nós com reatividade e agressividade intensas, carregando feridas emocionais que se manifestam na nossa porta de entrada, composta principalmente por colaboradores e estagiários”, ressaltou.

O defensor geral em exercício salientou ainda que o cuidado com a saúde mental vai além de uma necessidade; é um compromisso. “Manter acesa a nossa esperança e acreditar no que fazemos é essencial. Como diz nosso brilhante colaborador Bruno de Castro, da Secretaria de Comunicação, em seu livro: “nenhum horizonte se descortina diante da desesperança.” Sem esperança, não há horizontes, objetivos ou vida. Viver não é um verbo solitário. Se a gente não vive no outro a gente só sobrevive”. Convido todos para vivermos esse momento e entender o nosso lugar enquanto Defensoria e a nossa razão de existir”, compartilhou Leandro Bessa.

Andreya Arruda ressaltou o apoio da gestão na promoção de espaços de conversa sobre temas importantes para o dia a dia da instituição. “O programa Saúde e Qualidade de Vida nasceu dois anos após a implantação do Psicossocial. Comecei a perceber o tensionamento que existia ao final do dia. Desde então, buscamos criar esses momentos de reflexão. Lidamos com pessoas que consideram que aqui é a última porta, que trazem muitas frustrações, e precisamos saber como nos sentir diante de tudo isso.”

Alessandra Xavier iniciou sua fala ressaltando a importância do coletivo como uma fonte valiosa de proteção e enfatizando a necessidade de se sentir confortável em ser quem é.

“Dentro de nós habitam muitos ‘nós’. Carregamos muitas histórias. As palavras que ouvimos e as experiências dos outros nos atravessam. As correntezas dos outros acabam se tornando afluentes, por isso é essencial estarmos atentos a nós mesmos”, destacou.

O convite de Alessandra foi para que os participantes olhassem para dentro de si. Ela alertou: “O que não conseguimos nomear ou compreender é o que se transforma em desespero.”

A psicóloga também sublinhou o impacto transformador do trabalho desenvolvido pelo corpo técnico da instituição. “O trabalho de vocês muda vidas. Vocês lidam com pessoas que enfrentam vulnerabilidades profundas, e essa missão também transforma a vida de cada um aqui.”

Por fim, Alessandra refletiu sobre a importância do reconhecimento no ambiente de trabalho: “O que você faz? Essa pergunta tem um lugar central no eixo da gente.. Reconhecimento, elogios e gratidão são fundamentais. O reconhecimento do valor do que você faz legitima e enriquece sua prática.”

Em Juazeiro, o Programa Saúde e Qualidade de Vida preparou uma roda de conversa intitulada “Uma Luz para o que não se vê”, com a presença da psicóloga Maria da Conceição Santos Sales. Aparecida Gonçalves Leandro, psicóloga da equipe do Psicossocial da DPCE em Juazeiro, frisou a essencialidade da promoção e fortalecimento de momentos de conversa e escuta sobre o tema. “Foi um momento muito necessário, que reforçou a necessidade de termos um olhar mais atento para nós mesmos e de autocuidado, que é a base da saúde mental.”

Maria Sales frisou a importância do Programa Saúde e Qualidade de Vida na Defensoria Pública para a transformação da saúde mental da equipe da instituição. “Falar sobre saúde mental no mês de setembro é essencial! Saúde mental, autocuidado, doenças psicológicas e as graves consequências que podem ocorrer, como o suicídio, ainda são tabus na sociedade. Portanto, viabilizar a conscientização de que todos os dias podemos salvar vidas é um compromisso! São 365 dias para oferecer o nosso melhor ao outro, gerando uma corrente de melhoria da saúde mental, superação e mudança em nós e naqueles que estão ao nosso redor.”